quarta-feira, 3 de março de 2010

Doentes de Parkinson ganham nova esperança no Hospital de S. João.

          Estimular os circuitos cerebrais dos doentes de Parkinson é a forma encontrada pelo Hospital de S. João para melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
Pela primeira vez em Portugal foi implementado no Hospital de São João, no Porto, um dispositivo para estimular os circuitos cerebrais dos doentes de Parkinson. O Activa PC permite diminuir os sintomas e melhorar a função motora dos pacientes.

          "O dispositivo funciona de um modo semelhante a um pacemaker. Gera estímulos eléctricos que depois vão ser conduzidos até à profundidade do cérebro e são esses estímulos que interferem com os circuitos cerebrais que controlam os movimentos dos doentes e permitem a melhoria dos sintomas", explica Rui Vaz, neurocirurgião e director do Serviço de Neurocirurgia do Hospital de São João.
          O Activa PC permite uma regulação do estímulo, importante para controlar os sintomas, de uma forma mais eficaz e versátil que o anterior sistema. O dispositivo apresenta ainda a vantagem de "ser mais pequeno, o que provoca uma deformidade estética menor na sua colocação debaixo da pele, o que é importante nomeadamente em doentes mais magros", sublinha Rui Vaz. Cabe ao próprio doente definir a intensidade do estímulo, consoante os parâmetros escolhidos pelo médico.
          A escolha do Hospital de São João para a implementação do dispositivo respeitou alguns critérios. "Deve-se ao facto de sermos o hospital com mais experiência nacional e de termos sido nós a introduzir a cirurgia de Parkinson em Portugal, em 2002", diz Rui Vaz, ao sublinhar o facto de o centro hospital ser o responsável pelo observação do maior número de casos. "Temos neste momento mais de 100 casos operados", justifica.



          Na Europa existem cerca de trezentos aparelhos colocados. O dispositivo não tem qualquer custo para os pacientes, uma vez que é totalmente suportado pelo Estado. Contudo, o Activa PC é mais caro que o anterior sistema, e por isso, é dada prioridade aos casos mais graves.

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